
reparo (a uma amiga poetisa)
Ainda que de meus infernos, pelas manhãs,
Deseje eu desfrutar, como dizes, uma tênue leveza
Ou a sensação que espraia o tempo, o cronos,
Dentro de mim, a me fazer de idéias sãs voltar à ânsia;
Que me recuam a um tempo que eu não mais sentia,
No minuto que, em teus versos, me fazes palpar o diferente,
Quero apenas concordar com a maestria de tuas rimas
- orvalho que, de fato, tira o pó de meus olhares, neste dia!
É breve a natureza e ela, sem piedade, me apura e tece!
E é certo ter eu, de mim mesmo, ignorância da mais profunda,
Ou reparar bem pouco - ou nada - no sol que me amanhece.
Raramente, neste estar só, me desvenda a vida de outro modo...
Todavia, discordo que ela passe assim, de mim despercebida!
Eu sim dela - seus encantos e desditas -, pareço passar à revelia.
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